O futebol é um esporte coletivo na qual duas equipes se enfrentam com a finalidade de marcar um maior número de gols que o adversário. Como o gol é o aspecto de maior relevância em uma partida de futebol, identificar o modo como este ocorre pode melhor nortear comissões técnicas em seus treinamentos e estratégias. Assim, os objetivos deste estudo foram: i) analisar o padrão de marcação de gols ocorridos na Copa do Mundo de 2023 de futebol feminino e; ii) comparar este aspecto entre as seleções bem-sucedidas (semifinalistas) e demais equipes da competição. Para tanto, foram analisados todos os gols da edição de 2023 da Copa do Mundo FIFA de futebol feminino por meio de dados e vídeos disponibilizados ao acesso público pela organizadora oficial da competição. A análise dos gols foi realizada com base em oito perspectivas: i) Posição desempenhada pela atleta; ii) Período do jogo; iii) Região Corporal; iv) Direto de bola parada ou rolando; v) Local onde ocorreu o gol; vi) Zona de assistência; vii) Zona de início da jogada; viii) Construção da Jogada. A maioria dos gols foram marcados pelas atacantes, no período entre 76 e 90 minutos + acréscimos, utilizando os membros inferiores, com a bola em jogo e de dentro da grande área. A zona de maior assistência foi a de ataque 2A, enquanto a de início da jogada foi a zona de ataque 2. As jogadas foram construídas majoritariamente com 1 ou 2 passes. Observou-se que as atletas defensoras (p = 0,012) e de meio de campo (p = 0,036) das equipes semifinalistas obtiveram um maior número de gols por jogo se comparado as jogadoras de mesma função das demais equipes da competição. Também foi constatado diferenças a favor das equipes semifinalistas para os períodos 31-45 min + acréscimos (p = 0,018), 61-75 min (p = 0,011) e 76-90 min + acréscimos (p = 0,017). Foi verificado também que as equipes semifinalistas marcaram um maior número de gols por jogo com os membros inferiores (p = 0,005), com a bola em jogo (p = 0,027), de dentro da pequena área (p = 0,029), grande área (p = 0,048) e de fora da área (p = 0,040) se comparado as demais equipes da competição. Resultados também observados para assistências a partir da zona de defesa (p = < 0,001), da zona 2B (p = 0,020) e da zona 2C (p = 0,040) e de início de jogada a partir das zonas de defesa (p = 0,003) e de ataque 2 (p = 0,044). Em relação ao modo de construção das jogadas, verificou-se que as equipes semifinalistas apresentaram uma maior quantidade de gols/jogo realizando 1 ou 2 passes (p = 0,010) e 3 ou 4 passes (p = 0,023) se comparado as demais equipes. Conclui-se que existem tendências no modo como os gols são construídos no futebol feminino de elite e diferenças entre as quatro equipes mais bem colocadas da competição e as demais. Deste modo, as informações fornecidas por este estudo podem guiar equipes e seleções para se atentarem a aspectos chaves que parecem ocorrer com maior frequência e que diferenciam as melhores equipes das demais.

Palavras-chave: Análise do jogo. Desempenho. Alto rendimento. Futebol. Mulheres. Copa do Mundo.